sábado, 26 de setembro de 2009

Não cale o corpo, não o mutile!

Querido Blog, perdoe-me o demorado abandono... Mas a vida anda ocupada demais! Tenho certeza que um dia... Espero que numa temporada próxima, te visite mais vezes e também sejas visitado por mais pessoas... rs
Bom depois de um tempo longe, vim postar fragmentos de um texto que fui "obrigada" a visitar hoje, e como ele é ótimo, resolvi compartilhar, com você ou quem sabe apenas com a imensa solidão e vazio que anda meu blog! rs

Lá vai... Sobre o corpo:

“Talvez possamos descobrir outro amor ao corpo e, por causa dele, outra vida. E outro amor a esta. (...) Venho falar-vos dele. De um amigo há muito posto à margem. Despedi-me dele quando entrei para a escola primária (e vc?). (...) Fui desde então ensinado a esquecê-lo, ignorá-lo, por ser amizade pouco recomendada e por não ser elevada a sua forma de realizar a vida diretamente. Só muito esporadicamente o visitei... Estou roído de arrependimento (...) Porque não há excesso de compensação que possa apagar o excesso de anulação. (...) Oculto no anonimato das coisas naturais e evidentes, que apenas na injustiça da doença faz protestar os desejos de seus direitos. E são tantos os direitos do corpo”! (Jorge Olímpio, 1995)

“O corpo. As obrigações que lhe devo! Exigi-lhe sempre o irrezoável, sem o poupar em nenhum momento. Mesmo a dormir, o desgraçado tinha de arcar com pesadelos que me sobravam das horas acordadas. Apesar de doente, submeteu-se sempre a minha vontade tirânica (...) de dores nunca de todo aliviadas. (...) Agora estamos os dois exaustos. Nem ele tem mais energia física, nem eu mais força anímica. E resta-me homenageá-lo assim. Reconhecer honradamente que foi o maior amigo que tive, o mais leal e complacente com meus defeitos”. (Miguel Torga, 1990 apud Jorge Olímpio, 1995)

”Assusta-me o silêncio do corpo, o apagamento desta forma palpável da linguagem da vida. Por que o corpo é a pessoa de fora cuja noção da realidade é a medida da pessoa de dentro”. (Jorge Olímpio, 1995)

“É preciso dar voz ao corpo. (...) Renovando as fontes dos nossos sonhos. Alimentando os músculos que labutam o pão da nossa subsistência. Regando a pele onde brotam as flores da nossa existência. Suportando os devaneios excessos e asceses da nossa consciência”.

Fonte/ livro: O outro lado do desporto: vivencias e reflexões pedagógicas, Capitulo 9. Jorge Olímpio. Ed. Campo das letras, Porto (1995).

( Ah... deletei as regras da ABNT, totalmente!) rs

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